Muda.

Direto e reto

sem rodeios

em rodelas

cortadas

bem fininhas

pode ser também em tiras

joga panela

azeite

cebola

alho

cozinha

no ponto certo

al dente

mastiga

tritura

mói

engole

comida

fonte de vitaminas

minerais

artificiais

e algo mais

és

és aquilo que comes

sem dúvida

nenhuma

orgânico

inorgânico

de laboratório

quase natural

mutação

que muda todo dia

metamorfoses

transformações

revoltas

pacificações

estrondos

silêncio

...

hospital à frente.

Vida.

Larápio

Enrolador

Falsário

Eu!

Como sempre

...

Eu

Tudo eu

Tudo eu

...

Oh céus

Ooooh vida!

Vadia

Boa vadia

Esta tal

De vida

Surpreende

Desafia

Instiga

Que nem imaginas

Não

Não imaginas

Parece puta

Dá frente e verso

Bate umas

Chupa

Tudo de graça

Com graça

Uma graça

Gracinha

Tira onda

Provoca

E por vezes até intimida

Doce menina

A minha

Minha vida.

Nei ai.

Atiço
com vara curta
a onça
depois fujo
pico a mula
me mando
pra outro mundo
se for possível
se não
...
até esquina serve
vou até rolando
de rir
de tua cara
e também a minha
de quem nos vê
e os que nem enxergam
rindo
...
rindo muito
vou sem prantos
pelos barrancos
aos trancos
troca
troca de canal
põe um filme
notícia
série
fora
do ar
pairando
flutuando
e andando.

Repeteco.

Na mesma tecla

de sempre

batendo

insistentemente

insisto

em dizer

o que já foi dito

muitas

e muitas

vezes

repetido

em cada esquina

boca miúda

pé de ouvido

jornaleco

mencionado

faço

faço menção

a fatos

fatos que vão ocorrendo

neste mesmo momento

simultaneamente

nesse instante

contemporâneos

imediatos

contatos

de vários graus

acima

abaixo

adelante

em frente.

Bom.

Mãos à obra
arregaça mangas
madruga cedo
labuta
mata
não mata nada
é de paz
deixa bicho
gente
tudo
ao bel
prazer
quase livre
decide
entre o certo
e o não tão certo assim
duas vias
mão
vai
vem
vai-vem
vem & vai
tantas idas
tantas vindas
bem
bom agouro
agora
bem bom
gostoso.

No lugar.

Vou escrever algo
que ainda não sei
o que vai ser
será monstro?
Será anjo
ou demônio?
Ambíguo sempre
dualidade a parte
faço um
faço nada!
Nem de conta faço
finjo de morto
nem abro o bico
saio de fininho
vou me divertindo
contando piadas
dando risadas
gargalhadas
bem altas
estrondosas
barulhentas
que chamem
chamem à atenção
melancia no coração
bunda de fora
não rola
não mostro não
vai que gostem
melhor não arriscar
e as calças
manter no lugar.

Sr Pedra.

Era só

o que me faltava

...

frase antiga

quase cantiga

de ninar

não falta mais nada

tudo pronto

no ponto

de bala

projétil

bólido

a voar

pelo ar

com alvo preciso

sem nenhum destino

perdido

rastilho

acesso

acendido

com fósqui

isqueiro

pedra

de janela

de tropeço

de meio de caminho

ai meu dedinho

acertei de cheio

a pedra

tropecei

e acabei

acabei por quebrar a janela

sou de pedra

um pedra.

Vai.

Sai daí

pula fora

pra outra

vai

pra outra fase

está já cansou

derrote o vilão

e seja

seja campeão

de uma competição

do dia-a-dia

cotidiana

mundana

vai

pra uma verdade nova

novinha em folha

com cheiro de nova

mentira

vai

vai para uma ponte

que ainda não partiu

quem sabe pegas carona

rostão

camelo

vai

vá dar uma voltinha

e vê se me erra

passe ao longe

e nem dê tchau!

Simples assim.

Bem que escreveria
Alguma coisa agora
Se tivesse chance
Forma
Jeito
Possibilidade
Mas não
Neste momento não
Vozes
Barulhos
Sons
Me turvam
Deixam atônito
Meio perdido
Vou
Vou dar perdido
Sair de cena
Abstrair
Ficar abstrato
Translúcido
Transparente
Nem parecendo gente
Feito de plasma
Por vezes derretendo
Muitas outras transformando
Agua
Simplesmente
Em agua

Miscelaneas.

nO PESCOÇO
VOU DIRETO!
No pescoço
tipo vampiro
mordo
mas não tiro sangue
vou de mansinho
uma mordidinha
outra
e ai vemos
o que rola
se desço pras tetas
ou me retiro
estrategicamente
tudo planejado
mínimos detalhes
piada
que piada
bem mal contada
meio dilapidada
cilada
caiu
é peixe
na rede
Sereia também
bem sinuosa
curvas
boas curvas
que nossassora de boas curvas
lhe proteja
lhe bendiga
lhe diga
o que tiver
tiver pra dizer
que fale agora
ou amanha de manhã
tanto faz.

Replicando.

E vamos
trabalhar
produzir
manufaturar
me gusta
la palabra
manufacturar
mas não
em alta escala não
não precisamos de tanto
não mesmo
melhor que os bens
sejam duráveis
nada descartáveis
diminuamos o lixo
os carros medíocres
aparelhos defasados
pisem no freio
repensem
queimem
queimem somente pestanas
não matas
não matos
plantem
ideias
inovações
árvores
muitas árvores
replantem
...
repliquem.

Acima, bem acima.

Por vezes
nem tenho
o que falar
e insisto
digo mesmo assim
que seja
sem pé nem cabeça
ou com várias cabeças
um monstro eu diria
e mais ainda
afirmaria
tem coisas que não gosto
e me atiça
o verbo apagaria
nem lembro tempo
nem espaço
verbal
em verso
e em verso
double
dois pelo mesmo preço
de um
nada mais pagaria
nem trocados
gorjetas
propinas
gordas
bem gordinhas
cheinhas
rechonchudinhas.

Smart.

Aos navegantes
digo
que naveguem
por águas tranquilas
e também tormentosas
guerra
e
paz
do vinho
á água
dualidade
meia metade
instável
vulnerável
lhe falta parte
pedaço
teco
...
peteleco
no pé de ouvido
no escutador de novela
zoreia
orelhão
vai faz
faz uma ligação
pode usar esta ficha
e não caiu
a ficha
que mané grande orelha
agora tudo esperto
ligado
conectado
on line.

Piscou.

Por hoje

já chega

tô cansado

irritado

de saco cheio

me retiro

para o lado

um mesmo espaço

apenas questão

de um passo

simples movimento

meio por acaso

sem pretensão

diria mais

despretensioso

parece pouco

porém de fato

não é

nem um pouco

um deslocamento

em ponto extremo

do universo

motivando

outros movimentos

desdobramentos

acontecimentos

em piscares de olhos

pálpebras se fecham.

Nem venha.

 

Falemos de coisas amenas

chega de furto

roubo

roubalheira

é coisa besta

deixa pra lá

temos que salvar

o restante

antes do barco

afundar de vez

...

que afunde!

Ora bolas!

que afunde

barcos

ladrões

riquezas

na mesma leva

de lavada

que lave

lave mesmo

lave à jato

mas lave mesmo

não me venham

com meias palavras

meia justiça

meia verdade

...

nem vem!

Não falei nada!

Prefiro

prefiro mesmo

que seja mais difícil

pois assim é meu jeito

de fazer coisas

menos fáceis

sou

sou mesmo difícil

uma peça rara

não de beleza

nem de brilho

opaco

sem brilho

muito menos de vidro

e mesmo assim quebro

esfacelo

e torno

torno a me virar

a transformar

a matéria

e fico

fico neste momento

impreciso

meio vago

indefinido

e termino

termino o verso

sem bem saber

o que quis dizer.

Fidelidade.

 

Qualquer custo

dinheiro ganhar

fortuna amealhar

tesouro sacar

tudo

querem

não se saciam

devoram

construções

refeições

saúdes

educações

sugam

pelo poder

para o poder

para poder

mandar

escravizar

dominar

vamos

vamos dominar o mundo

manipular

as gentes

direcionar a um lado

e a outro

sempre de acordo

com os gosto do freguês

virou

virou freguês

fidelizou.

1s + 1s.

Hoje

melhor que ontem

um tiquinho

de nada

e nada comparável

ao grão de areia

que sou

eu

pequeno

o universo

gigantesco

incomensurável

estupendo

nem penso

pra onde vou

e muito menos

de onde venho

presumível

extremamente transparente

uns

mais

uns

são um monte

de gente

pessoas

seres

que vivem

comem

passam fome

dormem

gemem

extremamente diferente

tentam

travessias

rebeldias

saídas

nem sempre

nem sempre abertas.

Erre!

 

Brincadeira

tem hora

tem não

toda hora

é hora

então

brinco

invento

imagino

finjo

faço de conta

ser ator

em uma peça

um romance

conto

...

de fodas

que foda

são as coisas

em nossa volta

brigas

pelejas

disputas

acirradas

rápidas

certeiras

na mosca

na cara

boca

do estomago

deixa tonto

grogue

cambaleante

errante

vê

vê se me erra!

Cobrança.

 

Bem que pensei

isso não vai dar certo

todos indícios

apontam pra isso

o de sempre

o mesmo

do mais

mas

sempre

uma carta na manga

uma idéia

pensamento

estrategia

dando volta

por cima

da carne seca

na crista da onda

marola

tsunami

devastando

lavando

limpando

mal sabem

mal sabem eles

sobre o poder da vingança

secas

enxurradas

derretimentos

alagamentos

a Terra cobra sua parte

as tantas ofensas

tantos pedaços arrancados

tantas árvores sem frutos

folhas

sementes

sem árvores.

Nas nuvens.

Olhando pro céu

Vendo nuvens

Procurando imagens

Cachorros

Pássaros

Formigas

Aeronaves

Gente

No vapor

Tudo no vapor

Flutuando

Pairando

Sobre o solo

Numa altura muito alta

Redundância

Abundância

De formas

Recheadas

Esbeltas

Magras

Esqueléticas

Parecem pintura

Parecia uma pintura

Agora já

A noite escura inunda

O que antes era dia.

Flor - 2ª parte

Pera lá
pera lá dona moça
devagar
com o andor
é de barro
ou de areia
os castelos
cartas
lhe envio
nem respondes
nem da bola
não petisca
e muito menos arrisca
na risca
risca de giz
no chão
marcando
por pouco tempo
uma reta
que some
some na curva
de rio
estrada
caminhada
toma outro rumo
aproa pra outro lado
e vai
de trancos
barrancos
brisa
vive de brisa
de vento
ventania
e risca
rica o chão
levando o giz
o andor
flor
e a moça.

Você acha bonito?

É teta
uma belezura
bonito
afinal?
Você acha bonito?
Tudo isso
a tua volta
coisa de cinema
fachadas
set de filmagens
ilusão
iludiu
fomos iludidos
enganados
como sempre
mágicos
sumiram com os papéis
foram para os bordéis
bordéis de luxo
não qualquer bordel
comem
finas moças
todas de família
esbeltos rapazes
filhinhos da mamãe
e dão
dão a bunda
dão pitomba
dão mancada
sim uma puta mancada
com um monte de gente
um país inteiro
uma pirâmide
uns poucos ganham
o restante paga
com a vida
sem ser necessário.

Troca.

Não vale
a pena
e não digo
somente questão de valores
e sim
algo mais
ligado
ao esforço desempenhado
tipo máquina
que consome
mais do que precisa
mover
mover montanhas
nem pensar
muito pesadas
grandes
desajeitadas
melhor uma pedrinha
no caminho
no sapato
no telhado
eita!!!!
Era de vidro
ou vidrio
cristal da bohemia
da boêmia
trocando noite
por dia
trocando pontos
num guichê
um clichê
perdido.