Foi levando ... um olá aos lucros.

Haviam apenas restos
Sobraram
Somente pedaços
Pernas
Braços
Pescoços
Lama
Da lama viste
A lama retornarás
E de brinde
Restos de minérios
Uns tantos químicos
Matéria orgânica
Gente
Tinha um monte de gente lá
E nada importou
Ninguém ligou
Acenou
Balançou bandeira
Gritou
Foi muito rápido
Foram apenas 3
Três anos
Para vir abaixo
A vergonha
A tristeza
Morte
Destruição
Matança
Foi uma matança
Uma lambança
Que lambeu
Lambeu a terra
Levou construções
Carregou plantações
Gente
Bicho
Tudo que tinha
Pela frente!

Morro abaixo!

Rasguei o verbo
as consoantes
as vogais
triturei objetos
mastiguei pronomes
devorei a mim mesmo
canibal
antropófago
antropofagia
eu
eu mentia
dizia
dizia coisas
que nunca foram minhas
quase latia
uivava
gritava
um som da garganta
gutural
anal
pum
peido
flatulência
fedor
que sai do corpo
corpo belo
corpo feio
fede igual
não tem jeito
é tudo merda
é tudo lama
lambança
tudo em nome
da ganância!

no rabo!

tonteei
fiquei tonto
rodando
no eixo
na ponta
do queixo
me esgueiro
rasteiro
deixo rastro
destruo
poluo
sujo
tudo em minha volta
cago
e jogo no ventilador
sou imundo
não estou
nem ai pra nada
quero armas
quero matar
bicho
gente
planeta
fodidão
eu sou
sou igual a ti
a tu
você
no espelho
se vendo
se vendendo
prostituindo
dando
o rabo
meu
você tá sendo enrabado!

Círculo.

Ei
On tá tu
Ei
Onde você está
Que não me responde
Não me contesta
Nem me manda
A merda
Cade
Cade você
De quem espero
Tanto
Me diz seu sonho
Me conte
Seus pesadelos
Me faça
Ver
Você
Eu
Eu mesmo
Aqui
Tosco
Tonto
Trôpego
E caio
Caio nos cantos
Caio nos barrancos
Me esfo-lo todo
Me esfodi
Ferrei
De novo
Novamente
Continua
Continuamente
Constante
Constantemente.

libre

impacientemente
te chamo
não escutas
blasfemo
falo palavrões
xingo
cobras
lagartos
um monte de símbolos
desenhos
deixa
deixa que desenho
em teu corpo
com sêmen
meu
meu esperma
espermatozoides
porra
tintura
marca
deixa
deixa que eu marque
teu corpo
com meus dentes
tua alma
com meu ser
tua vida
por existir
deixa
deixa de ladainha
palavras vazias
vadias
minha menta vadia
minha mente vazia
vaga
existem vagas.

Sem tortura!

Ahh se eu pudesse!
Mas espere!
Eu posso!
Tudo que eu quiser
Contanto
Que não prejudique
O próximo
Você!
Sim mesmo a liberdade
Tem seu limite
Para tudo
Existe um teto
Fronteira
Deixa passar
Deixa ir
Os que fogem
Os que não mais
Tem abrigo
Permita
Permita que as massas sigam
Em frente
Que cobrem
O seu quindão
O seu pedaço
De pizza
Que forcem
Os combalidos pilares
Os lares
As igrejas
Esta merda toda
Destruam
Esmaguem
Triturem
Os que destroem
Esmagam
Trituram
Torturam
À Terra
Nossa nave
Planeta.

Chega, já chega!

Queria fingir
Que não me importo
Não estou nem aí
Mas
Não é tão fácil  assim
Me importo sim
Fico puto na verdade
Com as tantas verdades
Que temos
Neste momento
Cada um puxando
A sardinha pro ceu lado
Cabo-de-guerra
Brincadeira
Até parece
Uma brincadeira
Uma roda
Um grupo
Contando anedotas
Rindo à toa
Gargalhando aos montes
Fingimento
Falsidade
Tudo farinha
De um mesmo saco
Bem ralinha
Fraquinha
Um cheirinho
De que vai dar
Merda
Pra todo lado
Na parede
Na vidraça
Ventilador
Joga
Joga mais um pouquinho
De lenha na fogueira
Gasolina no incêndio
Um fósforo apenas
Basta!

que se foda

Venho por meio desta
(carta)
expressar meus sentimentos
para com
você
foda-se
literalmente
f
o
d
a
-
s
e
porra
eu já me perdi
fui ver sagui
na palmeira
tentando
roubar ovos
ou coquinhos
pouco importa
pois levava bicadas
gritos na oreia
ameaças
e agora
já não sei
mais o que ia escrever
então
fico por aqui
e você
vá se foder!

pra sempre!

umas tem preço menor
já outras
nem tanto
quanto?
quanto vale a liberdade
how much?
cuanto?
vale o pensar
o livre
sem amarras
sem pesos
mais leve que o ar
flutua
na minha mente
na tua
vamos mudar
vamos fazer outras coisas
fazendo diferente
do que esperam
de nós
construamos
uma casa diferente
com janelas
portas
garrafas
amasse barro
pise na merda
misture capim
modele
igual massinha de criança
um brinquedo
brinque
bastante
ria
um monte
pense
indefinidamente.

Dedo em riste.

Tenho medo
Ah sim
Tenho medo
Agora de goiabeiras
De facas
Cores
Tenho
Tenho receio
Deste marketing todo
Da caneta comum
De bater continência
Gestos
Sinais que estão por vir
Medidas
E afins
Justificados pelos meios
Próprios
De justificar
A justiça já não mais
Cega
Encherga
Olho eletrônico
Ponto
E vírgula
Reticências
Na outra linha
Corte
De verbas
Pessoas
Matas
Em prol
Dos ganhos
Lucros
Investimentos
Ventos
Que sopram da ignorância
Que chegam fedendo
Exalam bolor
O bolor de antigos dogmas
Das árvores de goiabad
Tons pastéis
Patetas
Lhes mando
Um sinal obsceno.