quinta-feira, 30 de junho de 2011

com defeito

a pique,
um mes vindo a pique,
mais um que se vai ... passou.
tempo rápido e rasteiro,
ligeiro,
pernas pra que ti quero,
e já era.
palavras pra que te quero ... escrevo;
verso,
anedota,
lorota ... malvado,
sou malvado,
sem dúvida malvado,
bom eu não sou,
não, nem pensar!
prefiro malvado,
aguçado,
ligado;
turn on ... start.
startei derrepente,
dei um clic,
liguei.
mas agora te digo o pior,
vim com defeito,
não tenho botão que desliga
e nem sei quando que finda a vida ... minha vida,
apenas sigo:
ligado,
aguçado,
malvado.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

contar lorota

num circulo,
de fogo,
de tempo ... preso;
preso em um circulo no tempo,
recluso em um tempo de círculos ... voltas,
e mais voltas,
mais retornos,
mais desvios,
mais destinos.
escolha qual caminho e siga.
escolha qual destino e viva.
retorne em qualquer esquina.
abra a porta,
apaga a luz,
e sai,
sai pra rua,
vai a procura,
vai fundo,
vai ... vai cata coquinho,
plantar bananeira,
pular cambalhota ... contar lorota

flores

agora faço parte da rede,
social,
virtual,
real ... realmente que não,
fico a parte,
à margem,
de lado ... ando,
de um lado a outro,
feito nervoso,
feito pássaro em tiro ao alvo,
feito passos,
passos marcados no assoalho,
caminho deixado,
caminho criado,
caminho danado ... de bão.
caminhando, olhando, sentindo ...
perfumes, odores, sabores;
quase à cores, quase em cores;
flores,
te trago flores,
pra voce, flores.

sem tempo

gosto de meus afazeres:
falar,
dizer,
e não explicar.
não!
explicar não.
não tenho tempo para tal,
não me atenho a isso ... sumiço.
sumiu, desapareceu;
virou pó,
virou poeira ... rasteira.
pernas pro ar,
vai nos pela ribanceira;
pensando,
imaginando,
e porque não?
sonhando.
faz parte,
faz arte,
vai prá marte;
em um só pulo ... quase instante.
tempo distante,
vento cortante,
fascinante.
brincar pelo tempo,
flutuar pelo vento ... sem tempo

pirraça

alguém me falou algo ao pé de ouvido,
talvez não tenha entendido,
tenha me confundido,
trocando pés por mãos;
sei lá!
qual o sentido?
de sempre procurarmos sentido,
nas emoções,
nas criações,
nas canções.
tudo precisa ter um sentido,
fazer sentido,
ser sentido ... até soldado.
soldado o aço até faz sentido,
finjo;
ser gente,
na verdade Wally, preso ao seu mundo, perdido em seu mundo.
mundo de Wally,
onde esta Wally,
será que alguém viu Wally?
olha lá,
diga a verdade,
de verdade,
na verdade ... realidade?
de quem?
de que forma?
em qual hora?
correm ponteiros, dígitos, números ... tempo passa.
passa e ainda faz graça ... pirraça.

terça-feira, 28 de junho de 2011

uau

tento barganhar por um olhar,
suspiro,
uau!
quero um uau, igual.
igual aquele da propaganda,
que uau.
apaixono na hora
se uma mulher der um uau,
mas tem que ser,
tem que ser um uau daqueles,
daqueles de propaganda,
não pode outro,
não tem jeito ... uau.
fico quase sem jeito,
em dizer deste jeito,
tão direto e pronto,
ta dito,
ta pedido,
ta sugerido;
um uau,
quero um uau.
mas recordo,
relembro,
insisto que não pode um uau qualquer,
tem que ser especial.

mistura ai.

água gelada,
caindo entre os dedos,
parece cortar,
a carne,
os ossos ... água gelada ... fria ... cortante.
num fio,
cortante num fio, linha, barbante ... arma inocente;
mata gente,
mata bicho,
mata até mesmo amigo ... é fogo.
fogo cruzado,
bala pra todo lado,
pistola,
rifle,
fuzil ... de onde vem,
como vem,
quem conduz.
guerra, é guerra.
na favela,
na viela,
na galera ... caravela,
nau,
barcaça ... veio tudo que é raça,
veio tudo que é jeito,
veio tudo que é forma.
informa ai:
mistura,
miscigena,
incrementa ... fomenta.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

viver brincando

sonhar ...
sonho muito,
bastante mesmo;
mas não vou dizer que sigo a risca meus sonhos,
vou vagando por entre peças,
pedaços,
mosaicos ...
construo,
desconstruo;
uso,
abuso.
da sorte,
do azar.
pior que nem jogo,
pior que nem aposto,
nem palpite costumo soltar ...
vejo,
sei,
compreendo ... entendo.
talvez por isso,
a quase todo instante,
me vejo ausente,
em um mundo diferente,
em um pensamento indiferente ...
instigante,
o sonho vem,
fazer eu sonhar,
fazer eu brincar;
sonhar de brincar,
brincar de sonhar;
sonhar de viver,
brincar de viver.

sábado, 25 de junho de 2011

quase

hoje sol,

na verdade quase anti matéria,

na verdade quase matéria ... quase.

uma bola na trave,

um romance,

uma batida ... quase.

hoje.

hoje quase gente,

hoje em dia,

de dia.

me dê mais uma fatia,

pode ser bolo,

torta,

pizza ... hummmm, adoro pizza;

então que seja,

me vê:

muzarella e calabresa,

pra mim ta bom,

ta bom mesmo,

assim mesmo ... quase,

quase orgasmo,

gozo,

êxtase ... quase,

simplesmente quase ... fui, serei, sou.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

que beleza

a monster!
um monstro humano,
mais um,
mero engano ... plano,
plano perfeito,
plano infalível ... supimpa.
sopapo, na verdade sopapo,
dou um sopapo no escutador de novela,
capítulos,
dia a dia,
...
certo dia.
certo dia, na vida de uma comunidade fictícia,
fui o monstro,
o diabólico,
o daninho.
fui sim,na verdade sou,
sou o mal,
sou do mau.
mau e mau, vai-se indo.
mau e mau, vai se aguentando.
male e male, vai-se tocando.
malemolencia,
maledicença,
malentendido ... isso mesmo, tudo junto;
desta forma,
neste conteúdo,
maior firmeza ... que beleza,
belezura ... que beleza.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

soluço

um mero olhar,
no tempo,
na vida,
no momento.
não sei o caminho,
não sei o destino,
não sei de nada,
sou um mero menino;
menino imerso nas dúvidas,
nas escolhas,
nos erros,
acertos.
faz parte,
faço um aparte,
uma incursão,
imersão ... mergulho,
mergulho a fundo,
vou em busca do meu eu mais lúcido,
meu eu mais súbito ... como um soluço,
hic, hic;
me de um susto.

terça-feira, 21 de junho de 2011

inverno

primeiro dia de inverno,
tenro,
diria mesmo: ameno.
nem quente,
nem frio ... moderado.
modere, modere os modos seu tempo,
seu clima,
nada de extremo frio,
nada de congelante vento ... que vem,
que vem lá do sul,
que vem lá do gelo,
da geleira,
geladeira ... fecha a porta!
fecha a porta seu moço,
dona moça,
pescoço ...
carne, carne de pescoço,
é quase osso,
é quase dura ... textura!
tritura,
tritura tudo, faz farinha, faz farofa.
rumina tudo, faz bolo, faz torta ... salgadinho ... solta ai um caldinho,
bem quentinho,
um vinho,
um fogo baixinho ... tranquilho, morno ... sereno.
tô vendo,
tô sentindo,
tô curtindo ... inverno.

viva

no compasso do tempo,
compasso de espaço,
angulo reto,
tangência pela esquerda;
saída rápida, rasteira.
tempo e espaço,
lugar,
estar,
sala de estar,
cheia de gente,
cheia de vozes,
cheia de efervescência ... ferve,
o meu sangue ferve por voce,
o meu corpo nasceu sem querer;
veio a tona,
na praia,
ao amanhecer ... dia,
nasceu o dia,
magnífico,
magistral,
colossal ... mais um dia,
mais um dia na vida,
mais um dia de vida ... viva!
viva a vida,
sem temor,
sem pudor,
sem terror.
viva, viva o dia.

olhos

em branco;
uma pagina, em branco.
quais segredos não guarda,
quais palavras não traz ... vai!
zaz, traz.
rápido assim,
um estalo,
piscar de olhos.
olhar de olhos.
olhos e bugalhos,
vozes,
gente,
sementes.
vamos falar de sementes,
que crescem, viram gente.
depois diminuem, volta a semente.
olha gente!
os olhos,
nos olhos ... olhos

sábado, 18 de junho de 2011

que cheiro!

não tenho cachorro de raça,
tudo vira lata mesmo,
e pior,
um monte, um punhado.
mas são engraçados,
meio assim como o dono,
parece que na verdade,
quem escolhe é o cão.
sábia decisão,
as vezes nem tanto,
nem muito,
nem pouco ... louco;
que pensamento mais louco,
devo estar ficando lélé da cuca,
ou melhor:
batendo fora do bumbo.
descompasso,
desconserto,
desse jeito.
sou assim mesmo,
nítidos defeitos,
claros dejetos ... que cheiro!

sexta-feira, 17 de junho de 2011

satisfação

certo dia,
a vida resolveu me dar as costas,
não tive dúvida,
passei-lhe a mão na bunda;
ela gostou,
veio pra cima,
fogosa,
nervosa,
dengosa.
não tive opção,
senão ceder a tentação,
cair de cabeça,
ficar de quatro,
satisfazer as vontades,
desta fêmea,
felina,
menina.
não tive razão,
apenas emoção,
apenas coração.
sensação ... satisfação.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

um pouco de conforto

por estas mal traçadas linhas,
venho a lhe escrever este e-mail.
olá!
como vai?
Td bem?
não, piadinhas não vou mandar,
não vou mesmo.
correntes, nem pensar;
não gosto mesmo.
 
por estas mal trançadas vidas,
venho eu a lhe contar um segredo.
escute,
entenda,
execute.
um dedo no enter,
e já estas em outro momento.
 
por estas mal tracejadas vias,
vou eu, como o vento,
que venta, venta do sul,
traz um frio de arrepiar;
quase congelar.
o vento a ventar.
 
por estas palavras,
malvadas,
malfadadas,
amofadaldas ... humm, pelo menos um pouco de conforto.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

que seja

contente ou triste,
qual dos dois me sinto?
quase um, quase o outro.
quase uma lágrima escorrendo,
quase um sorriso esboçando.
duas faces,
duas caras,
duas metades.
nem junto,
nem perto,
sim longe,
sim distante.
vai navegante,
apruma tua nave,
na direção mais oscilante,
nas turvas ondas ... som, luz, sonoras, remotas.
qual sentido?
qual destino?
sem respostas, qual menino.
sapeca, levado da breca, capeta;
que seja,
que seja o que queiras,
que seja o que desejas ... que seja.

terça-feira, 14 de junho de 2011

vidro

sarava meu pai!
a benção meu filho ... filha ...
bicho, planta e pedrisco,
sarava!
Oxalá,
Alá,
e sem lá mais quem,
esteja convosco.
Sois tu,
em tua presença,
sentença ...
pedra,
cruz,
guerra.
quem me dera,
ver o mundo como uma feliz esfera.
quem me dera,
brincar na luz e sabedoria eterna,
mas;
sou apenas poeta,
que finge saber escrever,
que bulina com as palavras,
como se estas,
fossem de vidro ... transparente, opaco, brilhante ... vidro.
olho,
janela,
telhado;
tudo de vidro.
te vejo através deste vidro.

luz piscando, texto voando

a luz piscou,
o texto voou,
foi pro espaço;
sideral,
mental,
contextual;
mas não ao virtual,
que era seu destino,
que era seu desígnio,
que era seu cantinho.
e agora?
agora nada, já foi.
é passado,
é perdido,
é não achado.
nem adianta buscar, procurar ou tentar relembrar;
um momento,
apenas um momento,
se foi como vento,
foi como brisa,
como sopro ... voando.
pior que tava quase pronto,
faltava apenas fechar,
apenas copiar,
publicar.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

digo

apenas mais um dia de segunda feira,
típico,
sem anomalias,
nem trancos, nem barrancos.
balanço de fim de dia,
apenas para constar.
que se faça constar nos autos,
que se faça incluir nas atas,
que se fique gravado ... a ferro, fogo.
apenas mais um dia,
dia de segunda feira.
apenas isso.
nada mais;
sem tirar nem por,
sem olhar ... olhares.
veja bem, o que te digo,
não faz nenhum sentido,
não faz não,
simplesmente digo,
não reflito,
não finjo,
não omito ... digo.

sábado, 11 de junho de 2011

óbvio

cachorro latindo,
quase silêncio,
neste momento,
quase momento,
neste silêncio.
o óbvio,
um verso óbvio;
por obséquio, apenas um verso.
ululante e obviamente,
percebo que não mais escrevo,
que não mais dedilho palavras,
que não mais direciono cartas ... eletrônicas.
qual a tônica do momento,
qual a maior novidade de cada segmento?
me conta, vai!
descreve a forma com que é feito,
desenhe formas de qualquer jeito,
respire este ar, rarefeito.
raro efeito,
porém,
tão óbvio,
estava na frente do nariz.

em pleno dia

acessando uma memória externa,
que sou?
maquina?
computador?
robô?
ou serei o mesmo?
mesmo de mim,
mesmo do mesmo,
mesmice.
um dia, outro.
outro dia,
dia diferente: mais quente, ou não;
mais molhado, ou seco;
mais zuado, cravado.
vai, vai no embalo,
do som,
da vida,
qualquer melodia,
qualquer galhardia ... em pleno dia.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

cheia

na foto!
na verdade, alterei a foto;
mudei!
agora mais apropriado para a ocasião;
inverno,
frio ... sopa, vinho quente e quentão.
pipoca, paçoca, estoura o rojão .... bamm!
la vem festa,
festa caipira ... antiga.
fogueira de São João,
também pode ser para: fogueira pra São João.
acende ai, fogo, brasa ... fornalha.
quem sabe uma graça,
quem sabe um gracejo ... desejo.
desejo: que as coisas sejam de sua maneira,
sem tirar,
sem por;
assim são mais certeiras ... no alvo, em cheio.
cheia a vida caminha,
cheia que vem a tardinha ... mansinho ... facinha.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

sede

Ponho os óculos escuros,
turvo,
nublo ... a visão, o coração.
Coração de papel,
picado,
rasgado,
queimado.
Chapéu de pano,
também uso.
E saio por ai:
ceifando,
cortando,
queimando.
Botas, sapatos, calças e outros panos;
as vergonha guardando, escondendo ... pudorento.
Quase nu me escondo,
em vestes,
em versos,
em prosas ... anedotas; quase lorotas,
palavras vadias,
sentidas,
ressequidas ... me de água, me de vida ... sede tenho, sede sinto.