atalhos.

I eu
navegante
faz tempo
que não dou as caras
por estas bandas
mas cá estou
meio inteiro
meio a meio
antagonismo
comigo mesmo
sou louco
doido de pedra
maluquinho
da Silva
pirado
chuto pedra
bata cabeça na parede
cara
no muro
luto
vou lutando
nem sei porque
nem sei como
sonho
sonhos lindos
amores
fama
grana
batemos
sempre que possível
em nossa cara
uma bela porrada
cilada
armadilha
trilha
nada de ruas
nada de avenidas
trilhas
se tiver atalhos
melhor ainda!

ignorante

Se penso
imagino
que logo existo
sou de carne
osso
sangue
alma
sou
sou energia
pura
e simplesmente
elétrico
solar
voltaico
dou umas voltas
por ai
na rua ao lado
em outro bairro
cidade
país
planeta
vou
de vento em popa
aprumado
dessarumado
descabelado
descerebrado
sou
sou eu mesmo
que imagino
que sonho
devaneio
em umas palavras
um par
de palavras
amontoadas
com alguma forma
e conteúdo
um pouco de tudo
de nada
conheço quase
nada.

humano

Transito

por entre carros

pessoas

coisas

vou

volto

ao ponto de partida

meio do caminho

fim

fim da picada

nem luz de túnel

nem nada

de mais

nada de mais acontece

nem de menos

igual

sinal de igual

de ok

beleza

...

caminho

...

pelos meus caminhos

usando meus sentidos

instintos

sigo

pelas curvas

vielas

travessas

sou lobo

sou mal

lobo mal

meio animal

meio demônio

inteiro

humano.

Pode tudo.

Meio que paro
No meio do caminho
Procuro a eira
Nada
A beira
E também
Nada
De
Nada
De mais
Nem
Menos
Meio-termo
Boca
Sola
Nossa!
E agora?
Que faço
Se nem meia-sola
Posso?
Que loucura
Doideira
Viagem
Veja
Que linda
Paisagem
Look
Look the picture
Veja
Parece pintura
Obra de arte
Parte
Do todo
De um
Dos todos
Que pode
Poderoso
Deus
Demônio
Ser
Humano
Errado
Certo
...
Ambíguo.

Bye, bye!

Tempo
...
Passa
Melhor
Passeia
Por sobre nossas cabeças
Mentes
Esmagas algumas
Pisoteia outras
Formigas
Baratas
Pessoas
Nuas
Todas
Sem suas
Carapuças
Sem suas
Roupas
Sem suas
Defesas
Sem
Sem defesa
Sem vergonha
Máscaras
Esconderijos
Fugas
Fujam
Fujam daqui
Agora
Se mandem
Deem de pinote
Pernas
Pra que vocês querem
Por que
Ainda estas
Aqui
Tchau!

Mexa

Assim como
Mexer os ovos
Mexer nos ovos
Meus
Miolos
Preciso
Mexer
Chacoalhar
Espinafrar
Dar uma dura
Que coisa
Mais
Sem sentido
Direção
Objetivo
Pretensão
Pretenso
Pré tenso
À beira
De um ataque
Ataque de nervos
De beijos
Te mando
Mando um beijo
E + um monte de coisas
Todas boas
Nada ruim
Nada de ruim
E mexo
No vespeiro
Puteiro
Galinheiro
Nas galinhas
Putas
Vespas
E toma
Ferroada
Putada
Galinhada
Mexa
Remexa
Mexa novamente.

Alien

Absurdo
Me vem
Assim
Estes pensamentos
Sentimentos
Absurdos
Surdos
Mudos
De mão única
Sem volta
Retorno
Me vem
E ficam
Por um tempo
Bom
Bom tempo
Bons ventos
Que te trazem
Que me levam
Distante
Fugindo
Fingindo
Fazendo
As contas
De contas
As costas
De
De costas
Viro  meia
Meia-volta
Volver
Voltei
Estou aqui agora
Neste momento
Instante
Mas
Mas em pouco tempo
Já não estarei
Mais
Me fui
Fui dar um volta
E não voltei
Mais
Passeio longo
Passei por montes
Montanhas
Prados
Praias
Litorais
Pantanais
E fui
Fui indo
Como se não
Não tivesse
Lugar
Lugar neste mundo
Universo
Planeta
Sou
Sou alien
Alienígena
De outro
Momento.

Bostando

Mexo
Remexo
Mexo de novo
Remexo novamente
Fuço
Tento
Olho
Nada entendo
Desconheço
Nem sei onde fica
Cabeça
O rabo
De cavalo
A bunda
Cauda
Traseira
Nem sei
Nem sei de nada
Sou vago
Estou vago
Vou
Vagando
Por entre palavras
Que não me saem
Da cabeça
Ainda bem
Ainda bem que não é do rabo
Senão daria merda
Uma cagada
Mais uma
De tantas
Um monte
De cagada
De merda
Pelo caminho
Deixei
...
Pensei
...
Que merda
Que bosta
Quanta
Bosta
Merda
Cagada
Merdada
Bostada.

Mala suerte.

Até que se vai longe
Com pernas
As próprias
Curtas
Passos pequenos
Miúdos
Em frangalhos
Espalhados
Nos galhos
Se vai
De galho
Em galho
Macaco
Gordo
Magro
Macaco
De circo
Realejo
Tira
Tira a sorte
Grande
Ou
Pequena
50%
Pra cada lado
De modo
Modo aleatório
Na sorte
Azar
O seu
Não meu
Nem meu
Não é meu não
Este azar
Não é meu
Mala suerte
Não é minha
Não.

No

sonhando

Despertei de um sonho

estranho

denso

lembrei

de coisas

passado distante

meio que vivo

pulsante

senti

proximidade

por perto

pertinho

ao mesmo tempo

longe

outro mundo

diria

outro tudo

outras

pessoas

com vínculo

com história

memória

que me chacina

abate

que baste

que parem

coisas assim

sentidas

um tanto

um tanto perdidas

nos anos

nos tempos

que já foram

outrora

que mesmo

mesmo assim

me pacifica

tranquiliza

...

vou

vou dormir de novo

mesmo sabendo

que os sonhos serão outros

que as vidas serão outras

que os tempos

não serão

mais os mesmos.

Tateando

Existem coisas táteis
Tocamos
Sentimos
Devoramos
Com o olhar
Só
De olhar
Nos olhos
Os lábios
Rosto
Corpo
Que habito
Habitas
Habitamos
Quase
Humanos
Falta um tanto
Um monte
Monte de coisas
Abstratas
Transparentes
Concretas
...
Táteis
Para tatear
Tocar
Sentir
Fazer de conta
Inventar
Mentir
Fingir
Que sou outro
Pra mim mesmo
Tateando
O espaço em volta
Ao meu redor
Procurando
Um olhar
Certos lábios
Rosto.

É carnaval, ou melhor: foi!

Doida de pedra

aparenta ser

lhe digo

e digo mais

mais algumas coisas

poucas

não sou de falar muito

dos outros

cada na sua

cada qual

em seu quadrado

ao largo

passou

passou a folia

os axés

atabaques

já foi

agora só fora de época

pré

pós

e os contra

não contam

somente folia

somente circo

picadeiro

palhaço

palhaços

vestidos de

caracterizados

fantasiados

os cús

pintado de verde

marchinhas proibidas

funk liberado

e vai

vai baixando a bundinha

até o chão

novinha

que maravilha

cultura de merda

nociva

bandida

estupra

mata

intimida

joga na parede

chama

chama de lagartixa.