Filme boqueta.

Pópara
ou melhor
pode parar
puxa o freio de mão
espera
me responda
as perguntas do agora
do momento
quem somos?
Para onde vamos?
Somos os destruidores
da própria nave
do próprio lar
sweet
home
morada
aniquila a proteção
constrói muros
cava buracos
extrai
ignora
modifica
altera
piora
o planeta onde vive
sua morada
o que dizer?
Nada!
Vamos
...
vamos pra pqp
para a puta que o pariu
ponte que partiu
ruiu
ruim
bem ruim o cenário
o filme então
bem pior.

Don´t panic.

Tempo corrido
apressado
bandeira 2
plus a mais
tem que ser
senão não dá
certo
como um + um
e igual a dois
quase
nem sempre
questão de momento
chiste
faço um gracejo
sorrio
aceno
sinalizo
tento
chamar atenção
mostrar que estou aqui
vivendo
do jeito que dá
melhor forma
possível
pensável
um passo
depois do outro
aos poucos
de mansinho.

casual chic

Vou nos ventos
e nas popas
na proa também
navego
mares bravios
sonolentos
amenos
mais o menos
de qualquer jeito
não existe fuga
nem esconderijo
é tudo céu aberto
é tudo voo cego
pulando no vazio
sem medos
que nada muitos
todos os tipos
todos os dias
a noite idem
...
videm
o anexo
as letras miúdas
os mínimos detalhes
tal qual
figura caricata
personagem
autor
autor da façanha
mentor da lambança
mera semelhança
é pura casualidade.

jogo

Por vezes lúcido
outras louco
de tesão
da cabeça
da vida
doido
de tudo
tudo que é jeito
tudo que é forma
insano
cabeça de vento
pé de pano
um nó no estomago
deve ser gastrite
stress
bizarrice
mas deixa
pra lá
isso passa
tudo passa
até uva
caiu
caiu como uma luva
abobora
jaca
espatifou
espalhou pelo chão
escorreu pela mão
derramou como leite
e nem chore
nem ouse chorar
melhor rir
gargalhar
brincar
e pronto!

saída rápida.

Descalço
os pés pisam
no solo
na grama
piso
contato
imediato
de alto grau
impacto
de asteróide
cadente
estrela
brilha
na noite
e no dia
sempre
pra sempre
infinitas vezes
inúmeras vidas
repetidas
repetitivas
cíclicas
vai e retorna
ao ponto de partida
a linha de saída
tiro
partiram
a toda velocidade
no pau
a milhão
...
partiu.

2ªs intenções.

Desejo
pra você tudo de bem
de bom
um beijo
abraço
passada de mão
não
não pode faltar
sexo
carne
satisfação
tesão
...
teso
fico
ao te ver passar
cruzar as pernas
olhar
olhei
de relance
e vi teus olhos
teus peitos
jeitos
quero
...
quero descobrir mais
invadir muito
explorar de monte
todos os locais
prováveis
improváveis
pensáveis
impensáveis
quem sabe.

Dependente.

Prosaico
de prosa
digo eu
vulgarmente
com palavras de baixo calão
palavrão
...
palavra
...
palavrinha
dita de mansinho
no ouvido
devagarinho
pra não assustar
a presa
se esgueira
passo a passo
tático
tudo estruturado
estudado
pensado
que nada!
Nada disso
não sou assim
gosto do risco
do risca-faca
adrenalina
vício
elétrico vicio
dependência da mente
e não física
azucrina
toca buzina
grita
no meio da rua
em plena lua
quase uiva.

Que passou, passou!

Tava precisado
de vir aqui escrever
lembrete
carta
poema
jogar palavras fora
este sim o motivo
o intuito
o instinto
sim
escrevo por instinto
nada direito
meio torto
mas calma
tem ainda letra
pena que por aqui
não veja
garranchos
nem eu entendo
compreendo
...
símbolos
indecifráveis
em distinta linguagem
idioma
dialeto
psssss!
É segredo
coisa antiga
minha
minhas
pegadas
deixadas
pra trás.

Tontice

O bobo
do ovo
melhor
da casca
do ovo
otário
novamente enganado
paspalho
iludido
mas lúcido
estranhamente lúcido
e meio a tanta bagunça
tanta tolice
mais bobo é
quem pensa que não é
é sim
um poco mais
nível acima
top
e top
top
si
ferrou
fodeu
enganou
a sim mesmo
e nem pensou a respeito
com todo
digo
te digo
vai lamber sabão
não enche meu saco não
hoje não.

movimento

Sossegado
um pouco
na verdade nervoso
tenso
atento
de olhos abertos
sentidos ouriçados
espetados
cabelos
pentelhos
pelos
pubianos
monte de Vênus
mito
símbolo
poema
poética
patética
criatura
por vezes Quixote
louco
alucinado
obcecado
por horas Sacho
medroso
covarde
cagão
Rocinante então
dando patada
fracas na verdade
não doem quase nada
e Mula
sem cabeça
de carga
besta
e por fim
moinho
dando voltas
nas pás do tempo
se movendo.

= pequeno

Panos
de fundo
roupas
pra mangas
de camisas
enrascadas
frutas
quais gosta
quais atura
a essa altura
do alto
da vida
do campeonato
joguei
fui julgado
condenado
sem direito
a defesa
nada
nenhuma palavra
silêncio
dedo nos lábios
beijos
passeios
pra fora palavras
proferidas
faladas
escritas
...
metáfora
sem graça
bobinha
tola
igual que eu
igualzinho.

Tratamento de choque.

Flácido
sinto
que meu cérebro
anda flácido
mole
molenga
folgado
preciso
...
me ligar na tomada
220
volts
ou watt
não entendo
a diferença de um
e de outro
pra mim tudo igual
eletricidade
choque
conta
caiu de costas
fortuna
te arrancam a pele
esfolam
vivo
tim
oi
...
Oi!
Como vai?
E os parentes
pai
mão
tia
primos
números
apenas números
na identidade
cpf
passaporte
que sorte
vou
pro exterior
fazer compras
gastar grana
gastança
...
gastou
a corda
e agora por um fio
arrebenta
do lado mais fraco
e também do mais forte.

Flutuando

Bons ventos
o tragam
a tragam
venha
coisa boa
de ruim já chega
um tanto
de bons fluídos
que flutuam
que se flutuem
como nuvens
com pessoas
coisas
...
tanto faz
tudo gira
até o mundo
dá voltas
por que não
reviravolta
revira
e volta
ao ponto de partida
recomeça
tudo de novo
novamente
aprimore os erros
fortaleça os acertos
chore
ria
chute
caricie
e flutue
muito.

publicando

Perdi
...
fio
meada
e mais alguma coisa
e olha
eu nem pesco
nem pisco
de vez em quando
arrisco
arisco que sou
doente
da mente
pendente de pago
pendente somente
suspenso
pendurado em varal
secando ao sol
em um dia chuvoso
normal
quase
passou raspando
feito bala
bola
pedrada
ossada
na cuca
paulada
bem dada
faz som
faz barulho
quando cai
de joelhos
de bunda
cara
escancara
as palavras
e pronto
publica.

bsurdo.

Estranho a mim mesmo
em
pensamento
atos
palavras
...
escritas
que escrevo
de forma e jeito
que quero
que me parece mais inadequada
mais espevitada
danada
de boa
considero algumas vezes
muito ruins em outras
e tem umas
que não fedem
nem cheiram
causa e efeito
bem
bem-feito
pra você
pra mim
espanto
...
me espanto
da quantidade de besteiras
asneiras
versos sem sentido
nenhum
aleatório
bambeando
pulando
trombando
esbarrando
em lugar a ser definido
um duelo
disputa
acerto
de contas
faça
faça bem as contas
quanto custa
quanto sobra
troco
trocado
de milhões
bilhões
muita bufunfa
festa
champagne
caviar
lagosta
frutos do mar
antes do sal
é de lascar.

Nada inteligente.

Onde diabos
fui amarrar o burro
onde?
Estúpido
nhorante
babaca
vê se te enxerga
que pinta de merda
mulambento
deve de ter defeito
de nascença
do berço
de antes
muito antes
antes donte
mas mastodonte
em loja de cristais
louças
copos
porta-retratos
sem foto
imagem
nada
...
Quixote
Sancho
Rocinante
e Burro
burro pra caralho
um asno
jumento
ao mesmo tempo.

Coisa VII

Acá estou
de novo
quase todo dia
pelos cotovelos
escrevendo
coisa sem sentido
coisa bobas
tolas
e no final
das coisas
a coisa não é bem assim
é mais embaixo
é coisa feia
bonita
que coisa
que nada
palavras
formando coisas
coisei
voltei a coisar
coisando
coçando a coisa
pra que te quero
coisa
do dia-a-dia
envolto em muitas coisas
ao mesmo tempo
pensando em tantas coisas
no mesmo momento
ou coisa
no mesmo coisamento
coisou;

Mais meió de bão.

Mais pra lá 

do que pra cá 

mais cheio

do que vazio

mais meió

de bão

...

 mais

+ que coisa

cansei da palavra

e uso outra

na verdade símbolo

simbólico

tipo assim 

...

não sei

não sei de tipo 

de forma

conteúdo

não escolho lados

nem fico no muro

mais observo

do que escuto

caminho tortamente

por caminhos

incertos

conturbados

nocivos

e mesmo assim insisto

arrisco

teimo

existo.

Receita.

Agora sim
pra valer
que comece
o jogo
tenha início
a partida
o espetáculo
circo
pão
palhaço
acrobata
um gravata
na garganta
aperta
sufoca
um nó
de tipo qualquer
bem apertado
cego
de marinheiro
...
segura
segura tuas pontas
se mantém ai
de pé
firme que nem manteiga
prego na areia
pudim
sinta-se
um pudim
quindim
docim
de coco
ralado
com leite condensado
aferventado.